2.9.10

Essas fotos de chineses em frente as suas casas, supostamente com todas as suas posses, apela a nós, ocidentais cheios de coisas. Ter coisas é ter que cuidar delas, guardá-las, pensar nelas - a "carga cognitiva". E é mais da carga cognitiva do que das coisas que queremos cuidar.

Embora não seja particularmente apegado a coisas materiais - me desfaço de livros e roupas facilmente, hesito muito antes de comprar, detesto objetos com um só fim - quero muito ter as coisas certas. Desejo há anos um terno, o conjunto de jantar que foi da minha avó, alguns livros da minha infância, uma televisão que adio há meia década.

Como muita gente, tenho a fantasia de um mundo que caiba em uma mochila - de poder bater a porta e deixar minha vida para trás. Minha desculpa para não fazer isso é toda a estrutura médica necessária à minha sobrevivência. Se estou preso a ela, que diferença fazem algumas centenas de coisas a mais?

Qual é a sua desculpa?

2 comentários:

Osias disse...

Uh... dó de jogar coisas fora?

Lucas Jerzy Portela disse...

to dizendo? sumiu de novo o comentario que fiz...